quarta-feira, 8 de abril de 2009

Memória do Futebol Pernambucano - 1955: O primeiro Sport x Palmeiras



Por ROBERTO VIEIRA

18 de maio de 1955. Final de tarde no Aeroporto dos Guararapes. A Sociedade Esportiva Palmeiras visita Recife pela primeira vez. Graças aos esforços e patrocínio de Adamir Menezes, primo de Ademir, o Queixada. Adamir que era o supervisor para o Nordeste da Saturnia S/A Acumuladores Elétricos de São Paulo. O Palmeiras é o convidado especial do Torneio Prefeito Djair Brindeiro. Torneio comemorativo do cinquentenário do Sport Club Recife.
Completam o certame, o Náutico e o América-PE.

Tempos de paz*.

Na chegada em solo pernambucano, o dirigente rubro-negro Divaldo Sanguinetti, em discurso, homenageia os visitantes. Chefiando a delegação, o Presidente Bruno Sacomanni agradece a homenagem. Pela Rádio Panamericana, o locutor Salem Junior transmitirá em ondas curtas o evento. Os paulistas chegam desfalcados de elementos importantes. Ficaram em São Paulo, Liminha, Manoelito e Renato.
Também ficou em casa o zagueiro de um milhão de cruzeiros: Valdir, comprado à Ponte Preta.
Em compensação, o Palmeiras trazia Valdemar Fiúme, Jair Rosa Pinto e Humberto Tozzi.
Pra que mais?
A tabela reservou Sport x Palmeiras para a rodada final.
Antes do jogo, o Palmeiras venceu o Náutico por 3 x 1 e o América por 1 x 0.
O Sport goleou o Náutico por 5 x 2, mas empatou em 1 x 1 com o clube da Estrada do Arraial.
Basta o empate para assegurar o título ao tríplice coroado do futebol bandeirante.

25 de maio de 1955. Chuva forte na Ilha do Retiro.

O Sport de Gentil Cardoso alinha Carijó; Moreira, Pedro Matos, Miguel e Pinheirense; Wilson e Gringo; Celly, Carlinhos, Soca e Eliezer.
O Palmeiras do técnico Ventura Cambom forma com Laércio; Nilo e Mário; Nicolau, Valdemar e Gérsio; Elzo, Humberto, Ney, Jair e Rodrigues.
O primeiro tempo é jogado com cautela. As defesas prevalecem. Poucos lances de perigo. Até que aos 37 minutos, a torcida emudece. Falta na entrada da área.
Adivinha quem vai bater? Jair Rosa Pinto desfere um petardo tão ao seu estilo. Carijó voa por desencargo de consciência. Palmeiras 1 x 0. Porém, a festa palestrina durou pouco. Dois minutos depois, Eliézer recebe livre e toca no canto de Laércio: 1 x 1.
Festa na Ilha. Mas um jogo de futebol tem 90 minutos. Aos 15' da etapa derradeira, Ney toca para Ivan que descobre Rodrigues livre. No segundo seguinte a pelota chega ao artilheiro Humberto Tozzi. Bola com Tozzi já tem endereço certo: Palmeiras 2 x 1.
Celly é substituído por Traçaia. Na primeira jogada, Traçaia dribla dois palmeirenses e é tocado por Valdemar perto da risca de grande área. Foi pênalti, não foi pênalti?
O árbitro Pedro Calil achou que não foi.
Palmeiras campeão do Quadrangular.
Ao contrário dos dias de hoje, Sport e Palmeiras se abraçaram no final do confronto.
A Sociedade Esportiva Palmeiras levou o troféu. E voltou correndo para São Paulo. Tinha jogo contra a Lusa pelo Rio-São Paulo. O Sport? O Sport aguardava a chegada do próximo convidado da festa: O Corinthians de Gilmar.
Mas aí já é outra história...

*Em tempo: O almoço desta terça-feira, no Campo das Princesas, entre o Presidente Sílvio Guimarães do Sport e Luiz Gonzaga Belluzo do Palmeiras, é um sinal de civilidade. Digno dos anos 50...

Fonte: Sítio No Pé da Conversa - Lenivaldo Aragão e Blog Futebol de Pernmabuco em Fotos

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